sábado, 24 de março de 2012

POLÍTICA DE PAPEL

por: André Lubarr

Ouvindo os discursos e debates elegantes das nossas autoridades políticas pela imprensa, nem de longe percebo que estou no Brasil. Pergunto-me, então: o Brasil dos discursos políticos não é aquele em que eu vivo? Para responder a essa pergunta, encontrei três opções: ou estou louco, perdi o senso da realidade, ou nossos políticos estão loucos, insanos, ou simplesmente eles fingem não conhecer o verdadeiro Brasil: aquele em que os brasileiros vivem, aquele no qual eu e o leitor vivemos no dia-a-dia.

Pois bem, nesse caso, prefiro a terceira opção e, se o leitor rebater minha escolha dizendo: – ora, um louco nunca se reconheceria como louco; digo-lhe que isso é verdade. Mas, também é verdade que um louco jamais discutiria a própria loucura. Sendo assim, peço um pouco de confiança para que possamos conversar por alguns instantes, por algumas linhas...


Nesta ocasião, quero denunciar a hipocrisia e o cinismo presentes nas falações de nossos políticos que vão à imprensa com discursos prontos e falam de um Brasil que só existe no papel, elaborado pela fantasia demagoga que despreza a dura realidade cotidiana do brasileiro. Esses políticos de papel apenas falam bem, quando falam a cidadãos de papel!
O papel, que é coisa sem vida, tudo aceita, tudo engole, mas o homem, o cidadão que trabalha e com o suor dos seus impostos sustenta a máquina pública, esse não; não pode aceitar que seja feito de tolo, quando alguém lhe diz pela TV que a saúde pública está bem, que a segurança melhorou, que a economia cresceu: cresceu no bolso de quem?!


O PIB aumentou e o cidadão nem viu, nem sentiu. Isso é política de papel.

Política de papel, políticos e cidadãos de papel... muita conversa, poucas atitudes... porém, pior que essa papelada toda é um revolucionário de papel, porque esse “acredita” que pode mudar radicalmente a sociedade através de seus discursos acadêmicos, bem polidos, que são ouvidos apenas dentro das universidades isoladas em seus muros: gritos estéreis de náufragos intelectuais nas ilhas acadêmicas do mar social; deles já fui plateia, mas hoje... não preciso mais que me digam como devo pensar e como devo falar! Prefiro a revolta sincera falada com o linguajar simples dos humildes que, ao ouvirem um político demagogo na TV, dizem com a alma, e com a razão que só tem quem sofre na pele as injustiças sociais: –
ladrão! safado! bandido!...

Não é com retórica, discurso bonito, que se constrói uma cidade, um estado ou um país justo para seus filhos e respeitável aos olhos do mundo: é com muito trabalho, com excelentes escolas e com ética na gestão da coisa pública. E, se é verdade que política não é assunto só para políticos, mas para todo cidadão, mais correto ainda é afirmar que a boa política depende decisivamente da ação dos políticos. Portanto, devo explicar aos nossos políticos o que entende o trabalhador brasileiro sobre boa política: cumprir as obrigações legais de acordo com os interesses dos mais pobres e, principalmente, não meter a mão no dinheiro público! Só isso já está bom demais!

Por fim, se o leitor chegou até aqui sem concordar comigo – ou, talvez, ainda duvidando de minha sanidade mental – tenho uma sugestão: por uma semana, fique mais atento aos discursos políticos na imprensa e, depois, releia esse artigo. Então, bons discursos e boas práticas!
Dedicado ao amigo willames Frank Smithoyno, meu companheiro de prosas filosófico-escalafobéticas.

André Lubarr
Maceió/AL - Brasil, 27 anos





niky:
Concordo com Andre e estou divulgando sua matéria nos povão não agüentamos mais este sistema político de enganação dos partidos políticos do Brasil eu culpo os partidos políticos que são responsáveis pelo político. partido igual político,,,,

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita e deixe sua postagem