sábado, 10 de março de 2012

Enquanto as drogas aniquilam sonhos e forma legiões de zumbis humanos, nossos políticos ‘dormem’

Crescidas na maioria das vezes em ambientes social e familiar degradados, garotas e garotos que ainda nem entraram na puberdade se entregam ao vício e se expõem aos devastadores efeitos da droga, que deixam sequelas permanentes

Brasil – Se Isabela (nome fictício) pudesse mudar de vida com uma varinha de condão, viraria uma Barbie de cabelos louros, roupa cor-de-rosa, sapatos de salto. O Ken a levaria ao cinema. Seria a primeira vez. Talvez o passeio a fizesse esquecer os pesadelos com o irmão. Ele aparece toda a noite. Tem um machucado no pescoço. Da janela do ônibus, o menino chora. Às vezes, grita. Quer dizer alguma coisa. Mas ela não entende. Anda confusa. As fantasias de criança se confundem com as alucinações causadas pela abstinência do crack. A pedra que arruína a vida de milhares atravessou o caminho dessa criança que mal entrou na adolescência.

A infância fechou as portas para Isabela quando a menina tinha 10 anos. Parou de cuidar da sua boneca, nunca mais fez comidinha no quintal. Pique-pega e amarelinha não lhe interessavam mais. Na companhia da irmã, de 17 anos, e de alguns amigos, a garota aprendeu a fazer fogueira para disfarçar o cheiro da maconha e a cavar esconderijos para esconder as pedras de crack. Ela descobriu que se pode dobrar de rir sem nenhuma piada. “Eu sempre faço xixi na calça de tanto que é engraçado”, conta, sobre quando está drogada. Mas o riso frouxo, as alucinações e a euforia induzidas têm um preço pago com as doenças do corpo e da cabeça.

Nota do site:Essa é uma realidade nua e crua em que vive nosso país, onde nada de concreto é feito para tentar amenizar seus efeitos, políticas de enfrentamento e punição severa aos criminosos, principalmente aos traficantes que com suas demoníacas ações devastam e mantém refém a sociedade, fomentando toda sorte de crimes, dão lugar a desculpas esfarrapadas de intelectuais de plantão que tendem a jogar nas costas da população o ônus da bandidagem, passando a mesma que os bandidos são na verdade vítimas de um sistema e que merecem tratamento ao invés de punições exemplares.

Esses que defendem os coitadinhos do submundo da criminalidade deveriam ser colocados no meio do furacão, nas regiões esquecidas (bem que esta situação se estendeu por todo território nacional) por nossas autoridades constituídas e se verem obrigadas a conviver com cidadãos, pessoas estas trabalhadoras, empilhadas em barracos a beira do abismo, nas filas do SUS morrendo enquanto esperam por um atendimento, passando fome, pois neste país quem realmente trabalha não tem direito a um salário digno e veem suas chances de alcançar o que lhe é ‘garantido na Constituição’ escapar aos teus olhos.
Na nossa Carta Magna, esta estampado que todos são ‘iguais’ perante a lei.

Será isso mesmo verdade?


(Correio Braziliense com adaptações routenews.com.br)

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