Ante scriptum
Versa esta matéria primacialmente sobre o problema da SAÚDE no Brasil. Discorro sobre alguns dos principais sofrimentos do povo que, necessitado, busca auxílio nos hospitais públicos. Indico as soluções para solvê-lo: encontra-se nas mãos dos próprios representantes do povo.
Para os que não sonham com um Brasil melhor, pode parecer utópica esta minha asserção – mas não o é. Basta fazermos com que o Estado respeite nossos direitos todos.
Basta nos posicionemos como cidadãos e defendamos tais direitos.
Basta da filosofia comodista do ‘deixa prá lá’ quando alguns – ou um só mesmo – de nossos direitos for atingido
“Dos sonhos, aos pensamentos, destes às ações”
INTRODUÇÃO
“Retrocedo de época em época até a mais remota antigüidade, mas não percebo nada que se assemelhe ao que está sob meus olhos. Como o passado deixou de lançar sua luz sobre o futuro, a mente humana vagueia nas trevas”
Quando Alexis de Tocqueville assim se expressou, em 1835 ao publicar “A Democracia na América” , referia-se aos Estados Unidos da América do Norte.
No entanto, o trecho que transcrevi supra, além de atual, pode ser aplicado no que se refere à situação em que se encontra a República Federativa do Brasil.
Princípios e Valores parecem ter sido soterrados. A cada dia mais um escândalo espouca. A corrupção campeia livre, leve e solta. Crimes perpetrados por figuras públicas são, na maioria das vezes, perdoados…
Por outro lado, estamos a viver, em pleno século XXI, um revival do velho oeste: tiros, balas perdidas, assassinatos de pessoas dignas que vivem comumente ou que tem como mistér combater a corrupção… Nosso Direito de ir e vir, cerceado pela inércia ou/e ineficiência dos órgãos que deveriam garantir nossas vidas.
É triste constatar que estamos sim, a vaguear nas trevas.
Tudo o que vejo à minha volta, me mostra o descaso das autoridades competentes para com a Nação (leia-se POVO).
Não desconsidero as ’ políticas bolsistas’ . Todavia, deveriam elas ter balizamentos e esses serem respeitadas.
O que vivenciamos é ’assistencialismo’ e tem sido usado com fins- tudo leva a crer- principalmente ‘eleitoreiros.’
Quer-se trabalho. A Assistência Social só deveria ser prestada durante o tempo necessário para ajudar a quem dela precise, consoante se infere de seu próprio conceito.
O descalabro da Saúde
No dia 13 de agosto, um programa de televisão mostrou o despautério do Estado para com a Saúde.
O que assisti encheu-me mais ainda de indignação. Pessoas doentes, necessitadas de atendimento, de tratamento, de internação, sem tratamento algum… (ou mal-tratadas?)
Como aceitar tal desumanidade e manter-me silente? Como não registrar o que assisti: a falta de respeito frontal à dignidade do ser humano? Idosos, crianças, até recém-nascidos esperando para serem atendidos … e sofrendo?(*)
Se calada me mantivesse, seria conivente com as autoridades que só fazem é falar, prometer… e não cumprir.
Há um claro divisor de águas: antes das eleições e depois das mesmas. Antes, tudo prometem. Depois, o quadro muda para: não era bem assim, a conjuntura mundial alterou-se, os demais países estão pior, aqui é só marolinha, sou contra a CPMF, mas tem que haver dinheiro, etc.
Fazem-se de tontos. Tanto assim é que agora querem mais dinheiro para a Saúde. Tenham a Santa Paciência!
A própria presidenta tem-se manifestado contra a volta da CPMF (ou qualquer outro imposto que lhe venha a fazer as vezes (**). Mas, segundo suas palavras, precisa obter fontes de custeio da mesma.
Com todo o respeito que merece pelo cargo que ocupa, parece-me estar fazendo o papel de Pilatos: assim fica bem com o povo e com seus companheiros. Ora, soa-me falsa sua afirmação.
A fonte de custeio se encontra nas burras do Estado, cheias com os dinheiros recolhidos de impostos escorchantes que pagamos.
Há que o governo deixar de saquear (não ‘sacar’ ) as mesmas para pagar seus gastos desnecessários, como as contas secretas de seus cartões corporativos e outros.
CPMF ( ou outro imposto qualquer a ser criado ou majorado com o objetivo de custear a Saúde)
Nunca, na verdade, nos esclareceram sobre o real destino da vultosa soma recolhida durante os anos todos da CPMF. Nunca soubemos QUANTO foi recolhido, QUAIS as unidades da Federação e seus hospitais todos que foram beneficiados. NENHUM relatório pudemos ler elencando os hospitais e QUANTO cada um deles recebeu… tal informação não foi publicada em jornal algum de grande circulação. E que eu saiba, nem mesmo no Diário Oficial.
Repito: agora querem mais dinheiro. Pensam nos eventos desportivos que se avizinham -para esses há verba, pois favorecerá o turismo, etc.
Colocam o material: o ter, antes do Ser…
humano… Tanto assim é que, para a minorar os males ou mesmo salvar a vida de seus cidadãos e/ou os demais habitantes, inexiste verba.
“A Saúde é Dever do Estado e Direito do Cidadão”, determina a Constituição do Estado Brasileiro. Todavia, a maioria dos homens públicos transformaram-nas em meras palavras, sem consistência real qualquer que seja.
Cabe indagar:
Que garantia de altura constitucional é esta, na qual os representantes dos entes estatais coisa alguma garantem?
Pessoas de todas as idades, em filas intermináveis de hospitais, às quais chegam de madrugada ou mesmo na noite anterior para conseguir senhas- e muitas voltam para casa sem serem atendidas? Que garantia é esta, se muitas grávidas, após 9 meses de alegria, na expectativa da maternidade,
perdem seus filhos, pois não há leitos, médicos (tudo, enfim, que deveria haver) e são orientadas a deambular de um hospital para outro? Que garantia é esta, na qual velhinhos com as cabeças embranquecidas pelo tempo, cansados e doentes, muitas das vezes, não têm sequer onde sentar-se e ainda, ao final de exaustiva e desnecessária espera, voltam pelo mesmo caminho que vieram?
Que garantia é esta?
Princípio da Igualdade
Com todo o respeito que merece a senhora genitora de nossa presidenta, se ela, quando passou mal, tivesse que ser atendida em algum desses hospitais – sem que soubessem de quem se tratava: a mãe de Dona Dilma – o seria? Estaria tão bem como agora está (Graças a Deus!). Sabemos que a resposta é negativa.
Assim, há inegável preconceito – defeso (proibido) também pela Constituição. Não há como contestar a evidente existência de castas neste nosso país.
Mais um Princípio Constitucional posto por terra, como têm sido tantos.
Lembro, por oportuno, do Princípio que protege os aposentados e pensionistas do RGPS da defasagem de seus já parcos proventos; da garantia de vida; do salário-mínimo (que é mínimo mesmo – tão mínimo- que deixa a descoberto a maioria dos itens elencados na Lei Maior )
Solução
Como quem critica deve apresentar solução, apresento-lhes a minha. É simples (não simplista). Não precisam os responsáveis pelas áreas governamentais específicas quebrar suas cabeças em busca de soluções outras.
Todos têm, isto sim: que deixar a ganância de lado, pensar que não são elite alguma e passarem a viver como o faziam antes de ocuparem seus cargos.
Vejamos:
1- Diminuir drasticamente o número de ministérios desnecessários, secretarias com status de ministérios e similares.
2- Ministros, Secretários de Estado e demais autoridades, venham a perceber salários condizentes com a realidade brasileira (isso aliás, deveria partir deles mesmos, como prova de patriotismo).
3- Seja diminuído- e muito – o número de representantes do povo, bem como todas as supérfluas benesses (luxo mesmo), às quais não têm acesso o cidadão comum (não somos todos iguais?) (***)
Conclusão
Para tornar curto um longo elenco de vantagens inaceitáveis: todos os que trabalham para o Estado – em qualquer de suas esferas- em cargos representativos ou de chefia, deveriam ser tratados como os demais cidadãos o são.
A SAÚDE deveria ser totalmente estatizada(Acabando de vez com abusivo mercado dos planos de saúde) e os políticos todos deveriam ser tratados nos mesmos hospitais que o povo.
Desnecessário dizer que, em sendo assim, esses hospitais viriam a ser reformados, bem equipados, seus médicos teriam salários dignos, bem como os profissionais todos de saúde.
Quanto aos remédios, deveriam ser gratuitos.
UTOPIA? NÃO. SONHO QUE PODE VIR A SER REALIDADE SE OS POLÍTICOS ASSIM O QUISEREM.
SE NÃO QUISEREM, ESTÁ MAIS DO QUE NA HORA DE NÓS, O POVO, BUSCARMOS OUTRA FORMA DE GOVERNO, pois:
O poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido.
Mirna Cavalcanti de Albuquerque Niterói/RJ - Brasil
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