Foto: Reprodução/Terra
DANIEL FAVERO
Diferentemente do que se imagina, Dilma Rousseff não participou do maior roubo praticado por organizações de esquerda para financiar a luta armada contra a ditadura no Brasil na década de 60. Sua atuação se deu na partilha e na troca dos US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 25 milhões em valores atuais) levados do cofre da amante do ex-governador paulista Adhemar de Barros, um político populista definido como uma mistura de Paulo Maluf e Silvio Berlusconi, que recebeu de seus inimigos políticos a expressão "rouba, mas faz", da qual tinha até certo orgulho.
Todas essas revelações estão no livro O Cofre do Dr. Rui, lançado neste mês pela editora Civilização Brasileira, escrito pelo jornalista Tom Cardoso. A obra elucida como ocorreu o planejamento e o roubo do cofre. Por meio do depoimento do ex-marido de Dilma, Carlos Araújo, que era um dos chefes da organização Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), responsável pela ação, a participação da hoje presidente da República é esclarecida.
O cofre roubado era alimentado com dinheiro desviado por Adhemar de Barros, conhecido pelas grandes obras e acusações de corrupção. "Na época, não havia desvio de dinheiro como hoje para paraísos fiscais, então o dinheiro era guardado em diversos cofres espalhados pelo Brasil", afirma o autor. Após a morte do político, o cofre ficou com sua amante, a socialite viúva Ana Capriglione, a quem ele chamava de Dr. Rui, nome de seu dentista, "para não levantar suspeitas da família e dos jornalistas, apesar de todo mundo saber do que se tratava".
Ana ou Dr. Rui guardou o dinheiro em uma mansão localizada no bairro de Santa Teresa, no rio de Janeiro, onde vivia seu irmão e outra família. Na casa, morava o estudante secundarista esquerdista Gustavo Schiller que ficou sabendo sobre a existência do cofre e passou a informação para integrantes da VAR-Palmares.
"Eles (a organização) acabam conseguindo roubar esse cofre, mas descobrem que tem muito mais dinheiro do que imaginavam, cerca de US$ 2,5 milhões, que hoje equivalem a cerca de R$ 25 milhões", conta Cardoso. "Em depoimento à polícia, Ana disse que não havia nada dentro do cofre, já que o dinheiro era fruto de corrupção. Tudo mundo sabia que não, mas a versão oficial é de que estava vazio".
O valor era tão alto que os guerrilheiros tiveram dificuldade para administrar a fortuna. Cerca de US$ 1 milhão foi enviado para a Argélia, onde a organização tinha contatos, parte foi apreendida pela repressão nas invasões aos aparelhos (esconderijos), parte foi torrada por aproveitadores, parte foi enterrada e nunca encontrada em algum lugar do ABC paulista e cerca de US$ 300 mil foram trocados por Cruzeiros Novos, com participação direta de Dilma.
"No exterior, vários personagens entram na história, entre eles um francês que usaria o dinheiro para abrir uma livraria esquerdista, mas que na verdade fugiu com o dinheiro, tem o Expedito Pereira, que é um cara que se envolve com o Carlos Chacal (terrorista venezuelano), que começa a esbanjar viajando de primeira classe. Era um guerrilheiro que, na verdade, era um playboy", diz Cardoso.
Dilma se passa por gringa
Segundo o autor, o envolvimento de Dilma acabou sendo maior do que o esperado na troca do dinheiro. Ela se disfarçou de gringa para trocar US$ 1 mil em uma casa de câmbio localizada no Hotel Copacabana Palace, uma das poucas existiam na época, e também participou da troca de outros US$ 300 mil negociados com o banco Bradesco. O funcionário do banco propôs trocar todo o dinheiro, mas os guerrilheiros ficaram desconfiados e resolveram trocar uma parte que hoje equivaleria a mais de R$ 1 milhão.
"Naquela época, os grandes bancos não tinham acesso à dólares. A moeda era comprada apenas pelo governo, então era interessante para o Bradesco comprar dólares e era interessante para militantes vender os dólares com um bom preço", diz.
Ao iniciar a investigação para o livro, Cardoso conta que existia muita especulação sobre o destino do dinheiro, mas pouca coisa ficou provada. Quando foi presa em São Paulo, Dilma estava com parte do dinheiro que seria distribuído para a organização naquele Estado. "Existe muita lenda. Quando dizem que ela ficou rica com o dinheiro do cofre, é muita bobagem", afirma.
Cinema
O maior roubo da luta armada contra a ditadura brasileira, e talvez maior até do que ações realizadas por guerrilheiros em outros países latino americanos, pode chegar ao cinema. Segundo Tom Cardoso, os direitos foram vendidos para Rodrigo Teixeira, responsável por filmes como O Cheiro do Ralo, e O Casamento de Romeu e Julieta.
O livro:
Nome: O Cofre do Dr. Rui
Editora: Civilização Brasileira
Autor: Tom Cardoso
Páginas: 176
Valor: R$ 29,90
Diferentemente do que se imagina, Dilma Rousseff não participou do maior roubo praticado por organizações de esquerda para financiar a luta armada contra a ditadura no Brasil na década de 60. Sua atuação se deu na partilha e na troca dos US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 25 milhões em valores atuais) levados do cofre da amante do ex-governador paulista Adhemar de Barros, um político populista definido como uma mistura de Paulo Maluf e Silvio Berlusconi, que recebeu de seus inimigos políticos a expressão "rouba, mas faz", da qual tinha até certo orgulho.
Todas essas revelações estão no livro O Cofre do Dr. Rui, lançado neste mês pela editora Civilização Brasileira, escrito pelo jornalista Tom Cardoso. A obra elucida como ocorreu o planejamento e o roubo do cofre. Por meio do depoimento do ex-marido de Dilma, Carlos Araújo, que era um dos chefes da organização Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), responsável pela ação, a participação da hoje presidente da República é esclarecida.
O cofre roubado era alimentado com dinheiro desviado por Adhemar de Barros, conhecido pelas grandes obras e acusações de corrupção. "Na época, não havia desvio de dinheiro como hoje para paraísos fiscais, então o dinheiro era guardado em diversos cofres espalhados pelo Brasil", afirma o autor. Após a morte do político, o cofre ficou com sua amante, a socialite viúva Ana Capriglione, a quem ele chamava de Dr. Rui, nome de seu dentista, "para não levantar suspeitas da família e dos jornalistas, apesar de todo mundo saber do que se tratava".
Ana ou Dr. Rui guardou o dinheiro em uma mansão localizada no bairro de Santa Teresa, no rio de Janeiro, onde vivia seu irmão e outra família. Na casa, morava o estudante secundarista esquerdista Gustavo Schiller que ficou sabendo sobre a existência do cofre e passou a informação para integrantes da VAR-Palmares.
"Eles (a organização) acabam conseguindo roubar esse cofre, mas descobrem que tem muito mais dinheiro do que imaginavam, cerca de US$ 2,5 milhões, que hoje equivalem a cerca de R$ 25 milhões", conta Cardoso. "Em depoimento à polícia, Ana disse que não havia nada dentro do cofre, já que o dinheiro era fruto de corrupção. Tudo mundo sabia que não, mas a versão oficial é de que estava vazio".
O valor era tão alto que os guerrilheiros tiveram dificuldade para administrar a fortuna. Cerca de US$ 1 milhão foi enviado para a Argélia, onde a organização tinha contatos, parte foi apreendida pela repressão nas invasões aos aparelhos (esconderijos), parte foi torrada por aproveitadores, parte foi enterrada e nunca encontrada em algum lugar do ABC paulista e cerca de US$ 300 mil foram trocados por Cruzeiros Novos, com participação direta de Dilma.
"No exterior, vários personagens entram na história, entre eles um francês que usaria o dinheiro para abrir uma livraria esquerdista, mas que na verdade fugiu com o dinheiro, tem o Expedito Pereira, que é um cara que se envolve com o Carlos Chacal (terrorista venezuelano), que começa a esbanjar viajando de primeira classe. Era um guerrilheiro que, na verdade, era um playboy", diz Cardoso.
Dilma se passa por gringa
Segundo o autor, o envolvimento de Dilma acabou sendo maior do que o esperado na troca do dinheiro. Ela se disfarçou de gringa para trocar US$ 1 mil em uma casa de câmbio localizada no Hotel Copacabana Palace, uma das poucas existiam na época, e também participou da troca de outros US$ 300 mil negociados com o banco Bradesco. O funcionário do banco propôs trocar todo o dinheiro, mas os guerrilheiros ficaram desconfiados e resolveram trocar uma parte que hoje equivaleria a mais de R$ 1 milhão.
"Naquela época, os grandes bancos não tinham acesso à dólares. A moeda era comprada apenas pelo governo, então era interessante para o Bradesco comprar dólares e era interessante para militantes vender os dólares com um bom preço", diz.
Ao iniciar a investigação para o livro, Cardoso conta que existia muita especulação sobre o destino do dinheiro, mas pouca coisa ficou provada. Quando foi presa em São Paulo, Dilma estava com parte do dinheiro que seria distribuído para a organização naquele Estado. "Existe muita lenda. Quando dizem que ela ficou rica com o dinheiro do cofre, é muita bobagem", afirma.
Cinema
O maior roubo da luta armada contra a ditadura brasileira, e talvez maior até do que ações realizadas por guerrilheiros em outros países latino americanos, pode chegar ao cinema. Segundo Tom Cardoso, os direitos foram vendidos para Rodrigo Teixeira, responsável por filmes como O Cheiro do Ralo, e O Casamento de Romeu e Julieta.
O livro:
Nome: O Cofre do Dr. Rui
Editora: Civilização Brasileira
Autor: Tom Cardoso
Páginas: 176
Valor: R$ 29,90
noticia do terra
Reacionário direitista
ResponderExcluirO que me deixa admirado é o governo brasileiro não ter feito como o uruguaio e o argentino, ter aberto os arquivos da ditadura e ter condenado todos os torturadores e criminosos de farda que estão impunes até hoje envergonhando os bons militares do Exercito Brasileiro. Todos os militares que tem 55 anos pra baixo não participaram da ditadura e carregam o onus de torturadores e de assassinatos contra a humanidade. Vamos abrir logo esses arquivos e julgar esses assassinos, já!
ResponderExcluirO Brasil é um Pais que tem um futuro promissor, tem dimensões continentais onde tudo se produz tudo e sua economia, se bem administrada, o levará a confirmar e consolidar sua situação de ser definitivamente uma das principais potências econômicas do mundo e creio que é isso que devemos almejar. Não tenho predileção por sistema de governos desde que sejam democráticos, mas tem certos comentários que nos fazem refletir sobre fatos contemporâneos que aconteceram e fazem parte da história recente do Pais por exemplo a Ditadura Militar de 1964 e faço uma pergunta, por que os militares tomaram o poder? Quando Getulio Vargas Governou o Pais pela primeira vez seu sistema de Governo era Democrático? Por quem eram financiados os Partidos de Esquerda no Brasil no período ditatorial e quais eram seus interesses? Por que há tanta corrupção no Brasil? Os militantes de esquerda que eram perseguidos pelos Militares pregavam o nacionalismo, eram contra privatizações, lutavam por um ideal socialista e não compactuavam com pessoas desonestas e sem caráter, muitos deles hoje fazem ou fizeram parte do Governo e qual é o exemplo que nos dão? Um dos perseguidos pela Ditadura foi nosso ex Presidente, ficou preso uma noite em uma Delegacia e hoje recebe um bom salário por isso, passou todo seu mandato em lua de mel com os Militares usufruindo de toda estrutura que possui as forças armadas, sinceramente, se houve excesso por parte dos Militares também houve de quem se opôs ao sistema. Abrir arquivos, se não foi feito até agora, com certeza não interessa a quem tem a caneta na mão, por que será?
ResponderExcluirÉ uma grande verdade, "houve excesso por parte dos Militares, também houve de quem se opôs ao sistema. Abrir arquivos, se não foi feito até agora, com certeza não interessa a quem tem a caneta na mão, por que será?" Isso é o que eu queria saber. Os desaparecidos, os torturados e mortos já foram julgados (pela ditadura), os que hoje recebem (tipo o ex-presidente) foi a justiça atual que mandou pagar. Mas os militares assassinos não foram julgados, estão na boa, sempre mamaram nos nossos impostos, com toda a estrutura que possui as forças armadas, muitas vezes usadas contra os trabalhadores, sindicalismo no Brasil já foi crime. Qualquer pessoa que falasse seja o que for contra o governo era enquadrado na lei de segurança nacional. Hoje a tal liberdade que temos foi conquistada não pelo valoroso exercito brasileiro, mas pela luta dos esquerdistas e subversivos que lutavam contra a ditadura. Qualquer pessoa, com um pingo de decência lutaria para a abertura dos arquivos da ditadura. Não sei qual o interesse dos atual governo em não mandar fazer isso. Amo o meu país, mas me envergonho desse episódio sujo e sangrento que teimam em esconder. Reacionários cretinos, ditadores travestidos de democráticos. Democráticos o escambau...
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