sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

MINISTRO DA JUSTIÇA PROMETE RIGOR NO DESARMAMENTO!

Publicado no Recanto das Letras em 25/02/2011


Parabéns, Ministro José Eduardo Cardozo. Sua iniciativa de desarmamento é louvável. Espero que não seja apenas utópica ou para consumo da midia.
Vamos começar desarmando a morosidade do judiciário, que é causa de tanta impunidade. Desarmar os mandados de segurança, que permitem sono tranqüilo aos criminosos potentes. Desarmar cartórios e tabelionatos, que tanto acrescentam no custo Brasil sem gerar qualquer tipo de riqueza pública.
Vamos desarmar as privatizações espúrias, onde poucos lucram sobre o que toda a sociedade pagou.
Vamos desarmar a indústria da data de validade, que igualmente serve há uns poucos. Para tal, basta uma lei simples que diga que, vencidas as validades, a indústria é obrigada a substituir os produtos na mesma quantidade e qualidade.
Vamos desarmar a lei do preço mínimo para o pãozinho, que apenas serve à indústria de pré-misturas, conquanto não remunera de forma adequada o padeiro tradicional, que fica refém da mistura pronta. Vamos desarmar a lei que impede que sejam feitos queijos com leite não pasteurizado. Sabe-se que os grandes queijos do mundo são feitos com leite "verde", diretamente pelos pequenos produtores.
Desarme-se também a monocultura, os vastos campos de soja que servem para fazer ração de gado para europeus e americanos. Desarmar a idéia de transformar o Rio Grande do Sul em reserva mundial de eucalipto para papel.
Desarmar as transferência bilionárias do governo central para as montadoras de automóveis, via isenção de impostos para importar maquinaria usada.
Desarmar a inunidade parlamentar, que a tanto virou impunidade parlamentar. Desarmar as agências reguladoras, cujo trabalho em prol dos que deveria regular é notório.
Desarmar o efeito multiplicador do crédito, via uma moeda não bancária, que só poderia ser emitida com efetivo lastro. Desarmar a moeda escritural, com a qual bancos de todas as matizes geram lucros recordes ano após ano.
Desarmar a legislação que permite que o medicamento usado no boi seja mais barato que o indicado ao homem.
Desarmar os desmandos na saúde pública, gerida mais pelo interesse de fornecedores de equipamentos, grandes laboratórios e operadores do sistema. O povo, usuário, poderá parar de morrer nas filas.
Desarmar a cartelização dos meios de comunicação, permitindo que a opinião publicada tenha mais valor que a opinião pública.

Tanto a desarmar, Ministro, espero realmente seu sucesso!

EDUGIG

Código do texto: T2813682

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