quinta-feira, 22 de julho de 2010

NOSSA POLICIA

21/07/2010 - 11h54
Portal ASSTBM -


O policial é, antes de tudo, um forte
Carta esta que dispõe só em um único artigo (7º), 34 direitos sociais e trabalhistas, dos quais menos de dez pode ser considerado para o servidor policial.

Que me permita Euclides da Cunha, que jaz em paz em seu túmulo, plagiar uma frase de sua tão famosa obra literária, os sertões. Um pouco distante do tempo, é verdade, em que o escritor e poeta afirmou que o "sertanejo é antes de tudo, um forte"; contudo, sua célebre frase me faz pensar na realidade policial enfrentada diariamente.Lidamos muitas vezes com baixos salários, armamentos sem manutenção, coletes balísticos (quando dispõe) vencidos, péssimas estruturas físicas no ambiente de trabalho, má-alimentação (para não dizer uma das piores). Somos regidos por regulamentos anteriores à Carta Magna do país. Carta esta que dispõe só em um único artigo (7º), 34 direitos sociais e trabalhistas, dos quais menos de dez pode ser considerado para o servidor policial.Direitos tidos como simples na área trabalhista, como o adicional noturno, o seguro-desemprego, o fundo de garantia do tempo de serviço, são cerceados dos policiais militares. Em meio a tantas injustiças sociais e trabalhistas junto à categoria policial, não podemos sequer reivindicar por melhores condições de trabalho, pois pode ser considerado um motim, um crime militar previsto no Código Penal Militar com pena de reclusão, de quatro a oito anos.Somos de igual forma impedidos constitucionalmente de realizar qualquer ato de paralização (greve), pois podemos ser enquadrados no crime de deserção, outro crime militar que prevê pena de detenção, de seis meses a dois anos. Entretanto, em meio a tantos intempéries, ainda há aqueles que exercem suas funções conforme o compromisso firmado ao ingressar na Polícia Militar, qual seja cumprir rigorosamente as ordens das autoridades, dedicar inteiramente ao serviço, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida.Arriscamos diariamente nossas vidas por pessoas que nem conhecemos, as salvamos de injustiças, sem ninguém nos salvar das nossas. Temos que escutar os problemas alheios, mas não há quem escute os nossos. Os comandantes impõe um serviço sem a mínima condição física de executá-lo, mas precisamos fazê-lo, pois, caso contrário, incorremos em crime de desobediência.Dessa forma, tudo parece conspirar contra o servidor policial, que, mesmo com tantos abusos sofridos, tantos direitos restringidos, realizam seu serviço adequadamente, realizando prisões, consertando injustiças, salvando vidas...O policial, portanto, é antes de tudo, um forte. Não tem trabalho exaustivo. A sua aparência, entretanto, muitas vezes revela o contrário. É desgracioso, desengonçado, torto. É o homem permanentemente fatigado. Contudo, toda essa aparência de cansaço ilude. Da figura outrora descrita, surge um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias.

Fórum Brasileiro de Segurança Pública

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