segunda-feira, 2 de abril de 2012

PORQUE SE QUER TANTO FAZER ESQUECER 1964?

FlávioMPinto

"Golpe? É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada." – (Jornal do Brasil, edição de 1º de abril de 1964.)

“Ah, mas foi um período negro da história do Brasil!”repetem sem parar, como papagaios de botequim. Não foi bem assim.
“As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos 70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática”.

(Daniel Aarão Reis Filho, ex-guerrilheiro do MR8 - O Globo, 23.09.2001)
Quanta mentira jogada na História nacional e reescrita por historiadores gramcistas. De torturas, então...qualquer um diz que foi torturado e pronto!
Inevitáveis são as agressões dos mais diversos setores aos governos militares, mas eu nunca vi jornalista algum fazer uma comparação. Basta comparar a atitude dos presidentes militares dos civis. Destes, até FHC ainda se encontra enrolado com as privatizações. Muitas, como a venda da Vale,sem comentários. Criaram a democracia da espertocracia, da malandragem. Teve um civil que “levou” até o crucifixo que emoldurava o gabinete presidencial.

A repressão só foi direcionada para quem desafiava a lei e a ordem e políticos corruptos, que tentavam impor seu regime de terror. Enquadram-se nesses grupos os artistas, mas para quem não é cego, surdo ou mudo, foi o período de maior efervescência na música e teatro nacional. Até hoje temos reflexos daquela época criativa.
“Governo que não se defende não merece ser governo.” A afirmação de Luis Carlos Prestes reafirma o que faria a esquerda se tomasse o poder em 64. Não precisamos ir longe: basta observarmos as atitudes de Tarso Genro nos últimos tempos.

Ninguém, fora os ingênuos e estúpidos, acredita que fugiríamos de uma carnificina bem aos moldes de formação de republiquetas socialistas da época e que , hoje, seríamos uma delas. Cuba que o diga. Mas uma reflexão, se bem que o povo brasileiro, indisciplinado e desrespeitador, não sei se resistiria a tanto.
Basta não ser suficiente idiota para ler o que os principais líderes esquerdistas “cravaram” em algumas entrevistas para ter-se uma ideia do que seria o Brasil em suas mãos.
Inquestionavelmente os governos militares cometeram erros e excessos. Mas, particularmente, como desejavam ser tratados os que desafiavam a lei com sequestros de aviões e pessoas, assassinatos, assaltos á mão armada, danos ao Erário? Não se tem notícia do cidadão comum ter sido atingido por braços do governo, a não ser alguns espertalhões que se intitularam perseguidos e ganharam polpudas indenizações. Muitos sequer conheceram a mínima coerção.

Era a sua palavra contra um governo ocupado por milhares de funcionários, alguns desqualificados que cometeram excessos á revelia das diretrizes governamentais.
Surgiu um Brasil diferente após governos militares. Com uma infraestrutura potente, industrialização forte e em bom caminho, boa circulação de bens e capital apesar da imensa crise financeira e do petróleo que o mundo atravessava. Ainda não éramos autossuficientes em óleo e tivemos sérios danos na nossa balança comercial e reservas internacionais. O governo não soube tratar devidamente o endividamento ocorrido, pois sofria com inúmeras barreiras, dentre as quais a intensa taxação de artigos importados dificultando a necessária concorrência para a melhoria do nacional, atrasando o progresso em dezenas de anos. Essa barreira só foi rompida por Collor de Melo.

Os quadros de ministros foram preenchidos pela nata da intelectualidade jovem nos mais diversos setores, tais como Shigeaki Ueki, Delfim Neto, Ernani Galveas. Jovens na época escolhidos a dedo, todos ciceroneados Otávio Bulhões e Mario Henrique Simonsen, dois homens públicos competentes na sua área, fantásticos e de elevada estatura moral..
Na realidade, uma reduzidíssima parcela da população quer esquecer 64. Com certeza para não lembrar, envergonhados, que fariam um governo mais totalitário e sanguinário que os militares. E mais incompetente. Cerceariam tudo bem aos moldes das republiquetas socialistas implantadas na época em todo mundo e levariam o País a um atraso sem precedentes. Os ministérios de hoje são seu reflexo sem tirar nem por. Indecentes, imorais. .

Não foi por qualquer motivo que se instalou o regime militar, que, de militar só teve o nome. A sustentação era militar, mas integrado totalmente por civis. Porém civis honestos e competentes.
Diz-se na imprensa, que” em 64, podia-se falar mal de tudo menos do presidente. Hoje, só podemos falar do presidente!”
"Feliz a nação que pode contar com corporações militares de tão altos índices cívicos"(…) "Os militares não deverão ensarilhar suas armas antes que emudeçam as vozes da corrupção e da traição à pátria." – (Estado de Minas, 5 de abril de 1964)
"Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se. Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o País, com o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidades". – (Editorial do Jornal do Brasil-Rio de Janeiro- 31 de Março de 1973)

Além de tudo, os novos governos e sua intelectualidade, ambos esquerdistas , teriam de reconhecer sua incapacidade em dotar o país de uma infra-estrutura adequada ao período e ao futuro como fizeram os governos militares. E também, dotá-lo de uma lei que fizesse a comunhão entre todos os brasileiros, repleta de perdão e conciliação, sem restrições como a Lei da Anistia de 1979. Mas aí seria querer demais para seu coração bolchevique.

FLAVIO MPINTO
Porto Alegre/RS - Brasil, 60 anos

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