Governadores da base vão negociar criação de nova CPMF
Os governadores da base aliada do governo se preparam para, a partir do ano que vem, negociar a criação de um novo imposto para a saúde, em substituição à extinta CPMF. A criação de uma nova fonte de recursos para o setor deverá ser discutida com a presidente eleita Dilma Rousseff depois que ela assumir oficialmente o cargo, em 1º de janeiro.
Em sua primeira entrevista ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a eleição, Dilma disse, na tarde de quarta-feira, que não pretende enviar ao Congresso um projeto de recomposição da CPMF. A presidente eleita disse, porém, que pretende manter negociações com os governadores sobre a questão da saúde, porque, segundo ela, há uma “pressão” para que o fim do imposto seja compensado.
"Eu tenho muita preocupação com a criação de impostos. Preferia outros mecanismos, mas tenho visto uma pressão dos governadores. É necessário que se abra um processo de discussão com eles", afirmou Dilma.
De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, o governador reeleito de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, é um dos maiores defensores da criação de novos tributos para a saúde. "O dinheiro para a saúde é insuficiente", afirmou o governador ao jornal. Segundo ele, a decisão da oposição de derrubar a CPMF em 2007 foi “irresponsável”.
Já o governador eleito do Espírito Santo Renato Casagrande, também do PSB, defende o aumento do financiamento para a saúde, mas mantém-se cauteloso em relação à criação de um novo imposto. “Não sei se o único caminho é a criação de mais um imposto", afirmou ao jornal. "Mas serei a favor daquilo que a gente decidir em conjunto."
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