segunda-feira, 13 de setembro de 2010

que leva um cidadão comum a se tornar um político no Brasil

- por Francisco Cardoso Ponte Junior - O Globo, 09/09/2010 às 11h56m; Artigo do leitor

Quem realmente quer ajudar alguém, necessariamente, não precisa ser um político, basta trabalhar de forma voluntária, uma única vez por mês, para ajudar a quem precisa, muito embora, para quem faz algo com o dinheiro público, a tarefa se torne mais fácil. Infelizmente, nem assim os políticos, que são outorgados pelos eleitores para representá-los, nada fazem de relevante em benefício da população.

Existem várias razões que podemos desvendar neste importante enigma, que tem atraído em nossa história, milhares de homens e mulheres, de todas as classes sociais, econômicas e religiosas, para se tornarem verdadeiros algozes da política brasileira.

No plano inicial, o que vislumbra a pretensão de um cidadão comum, sem descendência política, a se tornar um parlamentar, pode trazer no seu bojo inaugural um profundo e verdadeiro sentimento de indignação, sinceridade, respeito e compromisso. Uma vontade de fazer algo em benefício do povo, trazendo soluções que muitos outros não fizeram, mesmo durante anos no poder.

Motivos que nascem diante do descontentamento da atuação governamental, das promessas não cumpridas e, das esperanças frustradas por ter entregue seu voto de confiança, por muitas vezes, aos representantes dos três parlamentos nacionais, por vários anos consecutivos, sem que estes correspondam com as suas expectativas.

Entretanto, o cidadão comum, depois de ter decidido ser candidato e ter alcançado o status de parlamentar, é duramente contagiado pelo grau de celebridade política, de autoridade intocável, seguido pela atraente influência de delegar pedidos diversos de interesses pessoais, pela maneira fácil de ganhar dinheiro e finalmente, pelo desejo incontido de se perpetuar no poder, aliado a um profundo processo de falta de memória para cumprir as promessas de melhorias sociais à população.

Razões que tornam impossível não acreditar que, em toda a história da política nacional, o que mais se tem visto em cada eleição, é um avançado agigantamento de candidatos em busca da galinha dos ovos de ouro. Todos motivados, principalmente, pelo modo fácil de enriquecer e pela frágil justiça brasileira a qual tem se tornado um atrativo a mais diante das manobras e das frágeis aplicações das nossas leis que, em verdade não impedem candidatos, com ficha suja ou limpa, de chegarem ao poder e ali se tornar vitalícios.

Ao povo, só resta reclamar.


copie do blog do Bengochea

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Considero a república brasileira uma "anarquia" onde tudo pode e nada é punido. Neste caos sem justiça e de muitas benevolências legais, aproveitam-se os bandidos, oportunista, corruptos, justiceiros, rebeldes e aproveitadores. Nem os partidos, nem os caciques políticos e nem o Estado parece interessado em manter a probidade, pois são coniventes com esta "anarquia" e quando são provocados alegam que o eleitor não sabe votar. Ora, como escolher bons políticos, se o sistema os corrompe? Como depositar a confiança num determinado parlamentar se as decisões importantes são por voto de bancada? Comoo acreditar num parlamento onde se trabalha apenas três dias por semana, há um grande vazio no plenário, é omisso nas questões nacionais, é improdutivo e vive gastando o erário em farras, prédios luxuosos, privilégios, troca de favores e altos salários?

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